Saber quanto tempo demora um processo trabalhista é uma das principais dúvidas de quem entrou ou pensa em entrar com uma ação na Justiça do Trabalho. Afinal, após a demissão ou o surgimento de um conflito com o empregador, é natural querer entender quanto tempo leva para receber os direitos trabalhistas e quais etapas influenciam na duração do processo.
O tempo de um processo trabalhista pode variar conforme o tipo de causa, a quantidade de provas, o número de audiências e até a sobrecarga dos tribunais.
Neste artigo, você vai entender:
Quanto tempo demora um processo trabalhista?
Em geral, um processo trabalhista pode demorar de 3 a 4 anos para percorrer todas as fases do processo.
Uma vez dada entrada no processo, um processo pode durar 2 anos e meio entre as fases de “Petição inicial” e “Recursos”. Já a etapa de “Execução” – quando o pagamento é cobrado – pode durar mais alguns anos.
Caso o processo seja mais complexo, de alto valor, e/ou tenha recurso junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), o processo pode correr por mais alguns anos.
Importante destacar que hoje, com o processo eletrônico, e a vedação da distribuição de novos processos trabalhistas em papel, a tramitação ficou mais célere, pois tudo é feito através do computador.
Entretanto, lembre-se que cada processo trabalhista é único e a sua duração pode variar.
Para saber com mais precisão quanto tempo demora um processo trabalhista, é importante consultar o andamento de sua ação e em qual etapa ela está.
Existem 3 fases do processo trabalhista e em ordem cronológica são:
- Conhecimento;
- Recursal;
- Execução.
Fase de conhecimento e recursal
Na fase de conhecimento, são realizadas as audiências e é proferida a sentença pelo juiz que cuidou do caso. Após, é oportunizado às partes recorrer da decisão deste juiz, tratando-se da fase recursal do processo.
Fase de execução
A última fase, de execução, é quando o juiz dá o veredicto dos valores a serem pagos pela empresa e os prazos para tal, o que ocorre após a discussão das partes quanto aos valores apresentados.
Essa fase de execução pode demorar bastante, especialmente se a empresa não realizar o pagamento espontaneamente ou não apresentar bens para penhora.
A partir dessa sentença, o valor do processo trabalhista poderá ser pago de 48 horas (previsto pela CLT) até 15 dias úteis (de acordo com a lei processual civil), a depender da ordem do juiz.
Após o pagamento e liberação de valores a quem de direito, encerra-se o processo trabalhista.
Quanto tempo demora processo em primeira e segunda instância?
De acordo com o TST, em 2024, a primeira instância demorou, em média, 163 dias para julgar uma ação trabalhista e 202 dias para julgamento em segunda instância.
Quanto tempo demora o processo em terceira instância?
Já em terceira instância, quando vai para o Tribunal Superior do Trabalho (TST), o tempo médio de tramitação em 2024 foi de 599 dias.
Lembrando que esses são dados médios baseados somente no ano de 2024.
Quanto tempo leva para receber o valor do processo trabalhista?
O tempo para receber o valor de um processo trabalhista varia conforme a fase em que o processo se encontra e o comportamento da empresa condenada.
Ganhei um processo trabalhista quanto tempo demora para receber
Com o processo trabalhista ganho, o juiz declarará o período em que a empresa deve pagar o valor devido. Esse prazo pode variar de 48 horas até 15 dias úteis.
Você terá conhecimento do tempo de duração oficial na fase de “Execução”, quando o juiz, após discussão das partes quanto aos valores, dará a sentença final de sua ação trabalhista.
Entretanto, é importante entender que ao ganhar um processo trabalhista em uma execução trabalhista, o tempo de demora para receber os valores pode variar de acordo com o tipo de cobrança e a ação que a empresa vai tomar diante disso.
Por exemplo, se você ganhou um processo trabalhista e a execução foi iniciada, a empresa pode escolher um pagamento voluntário, ou ser intimada pelo juiz e até mesmo o juiz pode determinar penhora de bens da empresa.
Tipos de Cobrança ao ganhar um processo trabalhista
Após ganhar um processo trabalhista, inicia-se a fase de execução, em que são adotadas medidas para garantir o pagamento dos valores devidos.
Confira a seguir os principais tipos de cobrança utilizados nessa etapa:
Pagamento voluntário
Se a empresa não recorrer e optar por pagar espontaneamente, o juiz pode conceder um prazo entre 48 horas e 15 dias, conforme a determinação do tribunal e o tipo de obrigação (pagamento ou entrega de documentos).
Caso o pagamento ocorra dentro do prazo, o valor é repassado ao trabalhador após as devidas deduções de impostos e contribuições.
Cobrança judicial
Se a empresa não pagar voluntariamente, o juiz a intima para quitar a dívida ou indicar bens para penhora, fixando um prazo entre 48 horas e 5 dias, conforme o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) responsável pelo caso.
Medidas para garantir o pagamento
Se a empresa não cumprir a ordem, o juiz pode adotar medidas para assegurar a quitação do débito, o que pode impactar o tempo total da execução do processo trabalhista ganho.
Bloqueio de valores via Sisbajud
O bloqueio ocorre eletronicamente e pode ser efetivado em até 48 horas. Se houver saldo suficiente, o valor é transferido para o pagamento do processo trabalhista. Caso contrário, outras providências serão necessárias.
Penhora de bens
Outra forma de receber o valor do processo trabalhista ganho. Na ausência de saldo bancário, o juiz pode determinar a penhora de bens da empresa, como máquinas, veículos ou imóveis. Esse processo pode levar de 3 meses a 2 anos, dependendo da necessidade de avaliação, leilão e eventuais impugnações.
Se a empresa não pagar, pode ser incluída no BNDT, ficando impedida de participar de licitações, mas isso não garante quitação rápida. Caso não possua bens, os sócios podem ser responsabilizados, o que pode levar de 6 meses a 3 anos.
Se os bens forem insuficientes, o credor pode pedir a falência, tornando o trabalhador um dos credores, com pagamento sujeito à liquidação dos ativos, processo que pode levar mais de 5 anos.
Algumas empresas têm Seguro Garantia Judicial para cobrir o pagamento.
Se a ação for contra um órgão público, o pagamento ocorre via Precatório (acima de 60 salários mínimos) ou RPV (valores menores), podendo demorar anos para que o pagamento do processo trabalhista ganho ocorra.
Alternativas rápidas para receber o valor do processo trabalhista
Com a incerteza da duração de um processo trabalhista e o seu pagamento, é comum que muitos busquem outros métodos, pois existem alternativas rápidas e seguras para receber o valor do seu crédito trabalhista.
A cessão de créditos trabalhistas é uma prática legal e consiste em ceder as responsabilidades do processo para terceiros em troca de um valor. Com essa venda, você fica livre de burocracias jurídicas e antecipa o valor do seu crédito.
Como é feito o pagamento de uma ação trabalhista?
Via de regra, o pagamento de um processo trabalhista ocorre por depósito judicial ou alvará judicial, seja por acordo ou execução da sentença. Se o réu não pagar voluntariamente, o juiz pode bloquear valores ou penhorar bens.
O valor fica em conta vinculada ao processo, podendo ser sacado pelo beneficiário com autorização judicial.
Após a empresa pagar – no tempo determinado pelo juiz, o juiz deve liberar o saque, mas para essa liberação, não há prazo definido.
Entretanto, caso opte por vender seu crédito trabalhista, o pagamento é feito em até 24 horas após a assinatura do contrato com a TrabalhistaCred. O valor será depositado em uma conta em seu nome de forma segura e rápida.
Perguntas Frequentes sobre tempo de processo trabalhista
Processo trabalhista tem prazo de validade?
Existem 2 prazos de validade para processo trabalhista, de 2 e 5 anos. O primeiro, se refere aos 2 anos após a saída da empresa, sendo que você tem esse período para abrir um processo trabalhista contra a empresa.
Os 5 anos são previstos pela CLT como tempo limite para levantamento de possíveis prejuízos e leis não cumpridas pela firma, podendo ser formulados pedidos do que tenha ocorrido apenas nesses 5 anos.
Importante mencionar que os 2 anos disponíveis para abertura do processo são contabilizados a partir do 1º dia após a assinatura da rescisão contratual. Esse período é chamado de prescrição bienal.
Já a prescrição quinquenal, prazo de 5 anos, se relaciona ao tempo que será analisado pelo juiz para verificação dos direitos violados. Em caso de direitos infringidos em um período anterior, esses não serão considerados.
Qual o tempo máximo de uma ação trabalhista?
O tempo máximo de uma ação trabalhista não existe. Esse período inclui todas as etapas: conhecimento, recursos e execução.
No entanto, ações mais complexas, com perícias, cálculos detalhados ou múltiplos recursos, podem ultrapassar 5 anos de tramitação.
Alguns fatores influenciam diretamente nesse tempo:
- quantidade de partes envolvidas;
- volume de provas e testemunhas;
- número de recursos apresentados;
- e o andamento da vara do trabalho responsável pelo caso.
Qual a fase mais demorada de um processo trabalhista?
A fase mais demorada costuma ser a execução, etapa em que o juiz calcula o valor devido e busca garantir o pagamento ao trabalhador.
Essa demora ocorre porque, muitas vezes, a empresa não paga espontaneamente ou não possui bens suficientes para penhora.
Quanto tempo demora um processo trabalhista em fase de cálculo?
A fase de cálculo — também chamada de liquidação da sentença — serve para definir exatamente o valor que o empregador deve pagar ao trabalhador.
Nessa etapa, o juiz determina os valores devidos pela empresa, com base na decisão judicial.
O período pode variar entre 48 horas e 15 dias úteis, conforme a determinação do magistrado e a complexidade dos cálculos necessários.
Quando há divergências nos valores apresentados pelas partes, o juiz pode solicitar uma perícia contábil, o que aumenta o prazo.
Em casos mais simples, o cálculo é homologado rapidamente; já em processos com muitos itens salariais, adicionais e juros, a fase pode levar meses até a conclusão.
Depois que os cálculos são aprovados, o processo segue para o cumprimento da sentença, quando o pagamento é efetivamente cobrado ou realizado.
Quanto tempo leva para o juiz analisar um processo trabalhista?
O prazo para análise varia de acordo com o volume de processos na vara e a complexidade de cada caso. Esse prazo pode ser maior em varas sobrecarregadas, com alto número de ações em andamento.
Fatores como acúmulo de provas, necessidade de perícia técnica ou pedido de vista também influenciam no tempo de análise.
Quantas audiências tem um processo trabalhista?
Ao ingressar com uma ação na justiça do trabalho, muitos trabalhadores se perguntam quantas audiências terão que enfrentar até a resolução de seu caso.
A resposta, em geral, é que o processo trabalhista é dividido em duas audiências principais: a inicial e a de instrução.
Audiência Una
A Audiência UNA é um momento-chave do processo trabalhista.
Como o nome sugere, ela busca consolidar diversos atos em uma única sessão, otimizando o tempo e tornando o processo mais ágil.
Nesta audiência, ocorrem etapas cruciais como a entrega de documentos, tentativa de conciliação, apresentação da defesa, oitiva das partes e testemunhas.
Nela busca-se passar por todo o processo de produção de provas e de acordo de uma só vez.
Além disso, se necessário, são definidos os próximos passos, como a realização de perícias.
A presença das partes é vital: se o reclamante faltar sem justificativa, o processo pode ser arquivado; se o reclamado não comparecer, o juiz pode considerar como verdadeiras as alegações do reclamante.
Audiência Inicial
A audiência inicial, é o primeiro contato das partes com o juiz.
Nesse momento, o magistrado busca entender o cerne da questão e, se possível, promover um acordo entre as partes.
A reforma trabalhista trouxe algumas mudanças nesse aspecto, incentivando a conciliação. Se um acordo for alcançado, o processo é encerrado. Caso contrário, ele segue para a próxima etapa.
Audiência de Instrução
Na audiência de instrução, o juiz ouve as partes envolvidas, bem como suas testemunhas. É um momento crucial, pois é quando as provas são apresentadas e o magistrado forma seu entendimento sobre o caso.
O código de processo civil traz diretrizes sobre como essa audiência deve ser conduzida, garantindo o direito de defesa e o contraditório.
Audiência de Conciliação
A audiência de conciliação visa resolver conflitos de maneira amigável e rápida, e pode ocorrer em qualquer momento processual.
Essa audiência incentiva o diálogo e a busca por soluções que beneficiem ambas as partes, evitando prolongar o litígio.
O que acontece depois da segunda audiência trabalhista?
Após a audiência de instrução, o processo não termina imediatamente. Ele é colocado em uma fila de julgamento.
O juiz, então, analisa todas as informações, provas e argumentos apresentados para proferir sua sentença.
Em média, essa decisão costuma ser divulgada de 2 a 4 meses após a audiência, mas esse prazo pode variar.
Como funcionam as audiências trabalhistas?
A audiência trabalhista é um momento crucial no processo. É quando o magistrado tem a oportunidade de ouvir diretamente das partes envolvidas, entender seus argumentos e formar sua opinião sobre o caso.
A justiça do trabalho valoriza muito esse contato direto, pois acredita que ele é fundamental para uma decisão justa e equilibrada.
Perguntas Frequentes de Audiência Trabalhista
Objetivos da audiência trabalhista
O principal objetivo da audiência trabalhista é promover o entendimento entre as partes e, se possível, alcançar um acordo. Caso isso não ocorra, a audiência serve para coletar provas e argumentos que ajudarão o juiz em sua decisão.
É possível fazer acordo na primeira audiência?
Sim, é possível e até mesmo incentivado. A primeira audiência trabalhista tem como principal objetivo promover a conciliação entre as partes.
É necessário levar testemunhas e advogados?
Embora não seja obrigatório, é altamente recomendado que as partes estejam acompanhadas de advogados. As testemunhas, por sua vez, são essenciais se o caso for para a audiência de instrução, pois elas ajudarão a esclarecer os fatos.
Em resumo, as audiências trabalhistas são etapas fundamentais no processo e é crucial estar bem preparado para elas. Se você tem dúvidas ou precisa de orientação, não hesite em buscar ajuda profissional.